O farol

Eu peguei o carro

E dirigi sem rumo

A cabeça quente precisa de ar puro

Relembrando daquela briga com o Rômulo

Estávamos à flor da pele e no outro

Instante inertes

Em alta velocidade por estradas desertas

Eu parecia estar a sós com o mundo

Com tantos nós no coração

De tão apertados ele poderia explodir a

Qualquer momento 

Cansado então decidi parar numa praia

Avistei um farol ao longe

Já era de noite e a sua luz me guiava na 

Escuridão

Sentei na areia e fiquei paralisado, quase

Hipnotizado 

O farol se moveu do lugar feito mágica

Diante dos meus olhos e a luz permanecia imóvel

Senti que o tempo havia parado e comecei

A ser atormentado por vozes chamando o 

Meu nome

- Carlos, eu sei que tu me escuta. Estou 

Aqui para te falar uma coisa.

- Quem tu é? - perguntei, com muito medo.

- Rômulo. Agora eu sou de outro mundo.

- Eu não estou te vendo. Por que tu está 

Invisível?

- Porque eu estou irreconhecível e inalcançável. Depois de nossa briga uma

Luz me teletransportou e algo em mim se transformou. Te peço que 

Me perdoe e não me encontre.

Depois de ouvir um som estridente, de repente, a luz se apagou e a voz cessou

Eu não podia me mexer nem pedir ajudar

A solidão me fazia companhia e aquela escuridão me consumia

A areia era movediça e eu desaparecia. 

-

Sion Tadeu.

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