Um homem...

 Um homem sentado em sua cadeira velha, sua mesa quase caindo aos pedaços e a sua empoeirada máquina de escrever, ele escreve, escreve e escreve, tudo o que sente, tudo o que está na mente, imagina e fantasia, cria uma grande expectativa. A sua vida não é tão interessante, ele levanta de manhã, a mesma rotina, toma o seu café, sozinho e sem companhia. Vai e volta, num grande corredor, atormentado pela dor. Às vezes quando ele não suporta ouvir as vozes em sua mente, liga o som, coloca no mais alto volume, se enlouquece, a insanidade floresce, do ritmo e da batida, ele grita e chora, quer ir embora, mas para onde? Ele não tem carro, não há táxis nem ônibus, parece que tudo parou no tempo, silêncio, sofrimento. Um homem e a felicidade de se afastar da realidade, de tudo que é mentira, de tudo que não é verdade; vai para cá e vai para lá, se imagina estar em outro lugar. Ele gosta de cinema, do romântico ao grotesco, do são ao insano. Homem sensível, anormal, quer se livrar do seu corpo, quer outra pele, quer morrer, mas nada acontece. "Por que nada acontece? Por que eu sou tão sensível? As minhas dores são longas e nada do meu suicídio, pávido." O tempo tem que passar, de pressa, ele necessita se encontrar, sem pensamentos de morte, só quer um peito para se aconchegar. Um homem que quer uma nova vida, uma nova rotina e uma companhia para o seu café. Um homem que quer amar e ser amado, da cabeça até a ponta do pé. 

- Sion Tadeu

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